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Ponteiros e Tabelas

Ponteiros e Endereços

Ponteiro são Endereços de Memória

Na memória do computador, cada posição é referenciada por um endereço, atribuído de forma sequencial. Posições adjacentes têm, assim, endereços consecutivos. Um ponteiro corresponde a uma variável que contém um endereço de outra variável.

int x = 10;
int *px = &x; /* px inicializado com o endereço de x */

Na declaração de um ponteiro temos de indicar ao compilador para que tipo de variável estamos a endereçar (tal como no resto das variáveis "normais"):

// <tipo> *<nome da variável>;

char *cptr;   /* ponteiro para caracter */
int *iptr;    /* ponteiro para inteiro */
double *dptr; /* ponteiro para double */

/* apenas a é um ponteiro */
int *a, b;
/* c e d são ponteiros para floats */
float *c, *d;

Operador &

O endereço de uma variável é obtido através do operador &. Podemos, aqui, olhar para o porquê de usarmos o operador & em scanf's: o scanf guarda o valor lido do stdin no endereço da variável indicada.

int a = 43; /* um inteiro inicializado a 43 */
int *iptr = &a;
/* declaro um ponteiro para inteiro e esse ponteiro passa
a guardar o endereço de a */

Operador *

O operador * permite aceder ao conteúdo de uma posição de memória endereçada pelo ponteiro (i.e., o conteúdo para onde um ponteiro “aponta”). O valor guardado num determinado endereço é dado pelo operador *.

int a = 43; /* um inteiro inicializado a 43 */
int *iptr;  /* ponteiro para inteiro */
int b;
iptr = &a; /* iptr passa a guardar o endereço de a */
b = *iptr; /* b passa a guardar */
           /* o valor apontado por iptr (43) */
#include <stdio.h>
int main() {
    int y, x = 1;
    int *px;

    px = &x; /* px guarda o endereço de x */
    y = *px; /* y toma o valor guardado no endereço de memoria px */
    *px = 0; /* alteramos o valor de x para 0 */
    printf("%d %d\n", x, y);
    /* output: 0 1 */
    return 0;
}

O próprio valor de retorno de uma função pode ser um ponteiro - int* xpto() é uma função possível, onde retornamos um ponteiro para inteiro. Argumentos de funções também podem, claro, ser ponteiros (como em int abcd(char *a, int *b)).

Passagem de Parâmetros para Funções

Por definição, a passagem de variáveis como argumento de funções em C é feita por valor, não referência: se queremos que as alterações realizadas a uma variável dentro de uma função sejam visíveis fora da mesma, temos de a passar como ponteiro.

void swap(int a, int b) { /* não existe troca fora da função */
    int aux;
    aux = a;
    a = b;
    b = aux;
}

// vs.

void swap(int *a, int *b) { /* existe troca dentro e fora da função */
    int aux;
    aux = *a;
    *a = *b;
    *b = aux;
}

Ponteiro Nulo

NULL é um ponteiro especial, utilizado para representar o endereço 0 (int *ptr = NULL). Está definido na standard library de C, stdlib, sendo preciso incluí-la no nosso código para utilizar esta ponteiro. Utilizamo-lo para indicar situações especiais: considerando uma árvore binária, por exemplo, NULL pode ser utilizado como que significando "este pai não tem este filho".

Ponteiros e Tabelas

Aritmética

Ponteiros têm uma aritmética própria - é possível realizar somas e subtrações, respetivamente + e -, com ponteiros.

#include <stdio.h>
int main() {
    int a[6] = {1, 2, 7, 0, 11, 6};
    int *pa = a;
    printf("%d %d %d\n", a[2], *(a + 2), *(pa + 2));
    /* O output vai ser 7 7 7 */
    /* Logo as expressões acima são equivalentes */
    return 0;
}

Declarações

A declaração int *p1; declara o mesmo que int p2[] - um vetor de inteiros. p1, contudo, poderá ser alterado, enquanto que p2 não pode. Aqui, a noção de alteração pode não ser clara: podemos alterar elementos de p2 (por exemplo,p2[2] = 3; é possível), mas não podemos dizer "ok, p2 = <vector diferente>;. Esta noção tornará-se-á porventura mais clara na próxima página, quando falarmos de alocação dinâmica de memória (e das limitações da alocação estática, como a de p2).

Pegando num exemplo prático, e seguindo a lógica das diferenças entre p1 e p2, qual será a diferença entre as duas declarações seguintes?

  • char t1[] = "ola";

  • char *t2 = "ola";

Ambas alocam 4 bytes e copiam para essa posição de memória a sequência de caracteres 'o','l','a','\0'. Contudo, em t1 é possível modificar o conteúdo da memória alocada - fazer t1[0] = 'c', por exemplo - mas não é possível alterar o valor de t1 (não é possível pôr t1 a endereçar outra posição de memória). Podemos, claro, alterar o valor de t2.

// Alternativamente, poderíamos escrever o argumento como int *vec
void read_vector(int vec[], int size) {
    int i;
    for (i = 0; i < size; i++) {
        scanf('%d', &vec[i]);
        // Alternativamente, poderíamos usar
        // scanf("%d", vec + i);
    }
}